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Mas, infelizmente, venho compartilhar com vocês mais um caso de uma paciente que teve complicações fatais após um procedimento estético. Com grande repercussão nos jornais de Brasília e Rio, “Doutor Bumbum” é procurado após morte de paciente.
Vamos entender o que aconteceu? Acompanhe o texto até o final e entenda o que fazer numa situação como essa.
Entenda o caso
O médico Denis Cesar Barros Furtado, 45 anos, teve a prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro na última segunda-feira, dia 16, após a morte de uma paciente.
A prisão temporária do médico foi decretada durante plantão judiciário no inquérito policial responsável por apurar a morte da bancária Lilian Calixto. Ela viajou de Cuiabá (MT) ao Rio de Janeiro para submeter-se a procedimento estético feito pelo especialista.
A mulher de 46 anos faleceu no domingo, após ser atendida pelo médico em cobertura localizada na Barra da Tijuca (RJ). De acordo com parentes, a vítima fez a viagem com o objetivo de aplicar silicone nas nádegas: eles disseram, em depoimento, que a cirurgia seria realizada em Brasília, mas acabou transferida para o Rio de Janeiro de última hora.
Lilian Calixto teve complicações e foi encaminhada pelo próprio especialista para um hospital particular próximo. Chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão. Em seguida, o quadro da paciente se agravou e ela sofreu quatro paradas cardíacas. Após uma hora, morreu.
O médico
Registrado nos Conselhos Regionais de Medicina do DF e de Goiás, “Doutor Bumbum”, como ficou conhecido, saiu do consultório que mantinha na QI 11 do Lago Sul, área nobre de Brasília, em dezembro de 2016 e deixou, segundo o proprietário da sala, uma dívida de R$ 40 mil.
Denis tem quase um milhão de seguidores nas redes sociais. Ele se apresenta como médico especializado em bioplastia, técnica que consiste em esculpir, dar volume e moldar os contornos do corpo e da face, por meio de preenchimento com biomateriais.
“Meu nome é Denis Furtado, sou médico, pós-graduado em medicina estética e dermatologia, além de outras áreas da medicina integrativa como ortomolecular, nutrologia e modulação hormonal. Sou capacitado em bioplastia há 20 anos, com mais de 7.000 procedimentos realizados e documentados com muito sucesso. Um abraço do doutor, Saúde e Beleza sempre!”, informa, ao se apresentar nas redes sociais.
Doutor Bumbum é procurado e possui diversas ocorrências no DF
Segundo a reportagem do jornal O Correio Braziliense, só na 10ª Delegacia de Polícia (no Lago Sul), pacientes registraram ao menos 15 ocorrências contra o médico. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Paulo Márcio Meireles Rodrigues, a clínica que o médico tinha no Lago Sul era clandestina, não tinha alvará, autorização da Vigilância Sanitária, nem inscrição junto ao CRM-DF para funcionar.
“Há vários registros aqui de atendimentos realizados por ele e pela mãe. Alguns procedimentos que estão em andamento investigam o exercício ilegal de medicina e crime contra o consumidor. Alguns pacientes se sentiram lesados por terem pago quantias muito altas por tratamentos que não deram resultado ou fizeram com que passassem mal e tivessem reações inesperadas”, explica.
Segundo o delegado, existem, ainda, ocorrências registradas pelo médico contra clientes que teriam sustado cheques. Denis Cesar também chegou a ser indiciado quatro vezes em quatro procedimentos diferentes e com vítimas diferentes. Entre os crimes, há, ainda, suspeita de prática de lavagem de dinheiro. “Ele não dava recibos, notas fiscais e exercia atividades clandestinas”, explicou o Delegado Paulo Márcio.
A PCDF aponta que alguns dos procedimentos realizados pelo médico eram proibidos ou não reconhecidos pela comunidade médica e envolviam o uso de implantes hormonais para fins estéticos, sendo alguns deles proibidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
“As clientes eram atraídas por propagandas veiculadas nas redes sociais e realizavam tratamentos sem terem as informações necessárias acerca deles, como quais substâncias e hormônios seriam aplicados”, ressalta o delegado.
Paulo Márcio afirma que há inquéritos em andamento para investigar toda a atividade médica ilegal exercida por Denis Cesar. Cinco termos circunstanciados foram encaminhados para a Justiça após o término das investigações. Em todos, ele foi indiciado pela prática de atividade médica ilegal com a mãe.Os procedimentos investigativos foram encaminhados para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Acho que fui vítima de erro médico. O que fazer?
Após essa notícia, é importante relembrarmos algumas dicas de como proceder diante de um erro médico. É recomendável que pacientes que acreditam terem sido vítimas de erro médico consultem a opinião de outro especialista médico para avaliar a conduta do profissional responsável pelo procedimento.
Há, inclusive, diversos profissionais médicos que estão habituados a elaborar relatórios periciais para juízes. Estes estão mais familiarizados com jargões e exigências jurídicas, de forma a apresentar relatórios em formatos mais adequados para servir de lastro em uma ação judicial.
Para subsidiar o médico que irá analisar o caso, o paciente deverá reunir o máximo de documentos possíveis, tanto anteriores quanto posteriores ao tratamento, sendo essenciais os laudos de exames realizados e o prontuário médico.
Além disso, a paciente deve procurar um advogado especializado em erro médico, que analisará seus documentos, o caso em particular e orientará sobre os seus direitos e próximos passos a fim de ajuizar a ação contra o médico e/ou contra outras partes envolvidas, tais como o Distrito Federal, Estado ou União, quando o tratamento tiver sido realizado através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Podendo, ainda, responsabilizar o Hospital, a clínica e até mesmo a operadora de plano de saúde, quando se tratar de cirurgia particular. Cada caso deve ser analisado individualmente pelo advogado de confiança do paciente.
Na ação, caberá pedido de indenização por danos materiais, morais, lucros cessantes (que são valores que a paciente deixou de receber em razão da incapacidade proporcionada pelo erro médico) e pedido de pensão, quando tiver havido o óbito do paciente e ficar demonstrado que este era o provedor da família.
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