Manifestações de doenças associadas ao silicone preocupam pacientes e mudanças de enfrentamento às pressões estéticas também favorecem a decisão pela cirurgia de explante.
Pacientes com próteses de silicone têm apresentado inseguranças diante das novas evidências de doenças relacionadas aos implantes mamários. Além disso, mudanças e progressos nos padrões estéticos também estão influenciando a percepção das mulheres sobre os implantes. Esse cenário é responsável por um aumento significativo no número de pacientes que buscam a cirurgia de explante, ou seja, a retirada das próteses de silicone.
Cirurgia de explante em números
De acordo com dados recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o Brasil apresentou um aumento de 30% no número de cirurgia de explante realizadas!
Foram 1,3 milhão de cirurgias plásticas no Brasil, em 2020, de acordo coma SICP. Do total, 25 mil procedimentos foram para a retirada de implante de silicones (explante) e 105 mil mastopexias – procedimento para reposicionar os seios, sendo a quinta cirurgia estética mais realizada no ano.
A quantidade de cirurgia de explante realizados em 2020 é 31,6% maior do que em 2019, quando a mesma pesquisa apontou 19 mil cirurgias com este fim, realizadas no Brasil.
Por que fazer cirurgia de explante?
Para o Dr. José Octávio Freitas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em São Paulo, atualmente os seios com volumes menores são os mais procurados. Ele destaca também que os implantes de silicone não têm data de validade determinada, devendo ser avaliados anualmente.
A cirurgiã Cristiane Todeschini acredita que a indicação para troca de implante a cada 10 anos deve ser seguida, considerando os danos sofridos pelo produto no decorrer do tempo. Entre esses danos possíveis estão o extravasamento de partículas de silicone, que são absorvidas pelo sistema linfático e ficam “impregnadas” nos gânglios.
Nesse sentido, o Dr. Eduardo Fleury descobriu uma nova doença associada às próteses: o granuloma induzido por silicone na cápsula. De acordo com Eduardo, já comprovou-se que todo implante vaza devido a um processo conhecido como “gel bleeding” ou transpiração do silicone pela cápsula.
Sim, você não leu errado. Segundo o médico, professor e pesquisador Dr. Fleury, TODO implante VAZA!
O coordenador da equipe de Imaginologia mamária do IBCC Oncologia, foi responsável por descobrir uma doença rara associada aos implantes mamários.
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A Síndrome ASIA também está sendo investigada por médicos e pesquisadores em todo o mundo. Trata-se de uma doença autoimune que surge a partir da presença de um corpo estranho (DIU, chip de anticoncepcional ou mesmo as próteses de silicone) no organismo de pacientes que já tenham predisposição genética a respostas inflamatórias.
De modo geral, os médicos explicam que cada paciente deve manter o acompanhamento anual e buscar a análise de seu cirurgião plástico, para saber se é necessária a remoção do implante de silicone.
Em entrevista ao jornal O Globo, o cirurgião plástico William Itikawa destacou que, há dois anos, deixou de fazer cirurgias de implantes e explicou por que cerca de 95% de seus pacientes são mulheres que desejam retirar o silicone:
“Não vejo mais sentido no mundo de hoje. (…) O aumento se dá por um conjunto de fatores, entre eles a ‘doença do silicone’ e a aceitação cada vez maior da mulher em relação ao seu corpo.”
Para a Jovem Pan, a cirurgiã Fabiana Catherino ressaltou a importância de se conhecer as consequências da exposição ao silicone:
“Desde 2020, quando o FDA nos Estados Unidos validou a doença [do silicone], eu acho que ficou mais fácil as pessoas terem acesso a entenderem quando elas estão doentes por causa do implante. (…)
Isso é um alerta para a gente estar atento ao nosso corpo, atento ao que a gente coloca, até então o que está se manifestando, até para a gente não evoluir, não manifestar coisas mais sérias, mais graves. (…) para as pessoas terem essa atenção de buscarem ajuda, buscarem uma boa avaliação, para saberem fazer a prevenção e saberem procurar se realmente já não está hora de fazer o explante”.
O plano de saúde/SUS devem cobrir a cirurgia de explante de silicone?
Vamos direto ao ponto: SIM!
Ainda que a paciente tenha realizado inicialmente, um procedimento com intuito estético, ou seja, para se embelezar, tornar mais bonito algo em seu corpo que a incomodava, após uma complicação com as próteses, a necessidade do explante se torna reparador.
Isso porque a paciente necessita reparar, corrigir um problema gerado por acidente, ou defeito na fabricação, ou mesmo problemas congênitos. E dessa maneira, com pedido médico, o plano de saúde deve cobrir a cirurgia de explante de silicone.
Por fim, vale destacar com toda clareza, que a proteção da vida e saúde são diretos destacados como básicos do consumidor/paciente e, assim, sujeitos a providências rápidas e efetivas quanto a reparação dos danos causados.
Se cuida!
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