Depressão após cirurgia plástica: precisamos falar sobre isso!

Há pouco tempo tive acesso a um depoimento de uma paciente que teve o sonho da cirurgia plástica transformado em pesadelo após um quadro intenso de depressão.

“Quando você acha que seria seu melhor momento você vê que na verdade é o pior!”
“Lentamente a depressão vai se instalando sem ninguém perceber. Hoje você está triste, amanhã você não quer sair de casa, já não se olha no espelho porque não quer mais ver seu resultado.”

Estes são alguns trechos do desabafo de uma mulher que após passar por todo o sofrimento tenta alertar e ajudar outras pacientes que vivem a mesma situação: depressão após cirurgia plástica.

Para quem não me conhece, sou a advogada Rita Soares, atuo especialmente na defesa da saúde e autoestima das pacientes e venho hoje conversar um pouquinho sobre esse assunto que não podemos ignorar: a DEPRESSÃO APÓS CIRURGIA PLÁSTICA!

Um assunto que pouco se fala, mas muito se atinge: a depressão após cirurgia plástica é mais comum do que você imagina e para falar sobre isso, é importante começarmos discutimos “a raiz” da situação:

Um olhar para as motivações da paciente antes de fazer a cirurgia

Muita gente pensa em fazer uma cirurgia plástica para aumentar os seios, corrigir um defeito do nariz ou mudar alguma outra parte do corpo.

Diferentemente de alguns anos atrás, o interesse pela alteração e mudança da aparência do corpo tornou-se objeto de desejo e associação com a obtenção de felicidade e melhora da autoestima.

Você já deve ter ouvido falar dos inúmeros benefícios à autoestima e da sua extrema importância, inclusive,  segundo estudos, pessoas com a autoestima elevada conseguem lidar melhor com uma série de problemas. Umas das explicações para isso, é que a autoestima elevada promove uma espécie de blindagem no cérebro, afastando problemas relacionados à autoimagem, como a depressão, e ajudando até na recuperação de doenças.

Quando a paciente decide fazer uma plástica, por vezes nem sabe também que de acordo com um levantamento realizado pela International Society of Aeshetic Plastic Surgery (ISAPS), o Brasil encontra-se no primeiro lugar no ranking mundial de procedimentos cirúrgicos de caráter estético.

Mas qual a relação entre essas informações e a depressão após cirurgia plástica? O que eu quero dizer, é que devemos observar que a realização dessas cirurgias está se tornando comum entre as brasileiras não apenas para alterar algum desconforto com o corpo, mas como forma de atingir o padrão estético estabelecido culturalmente.

E o principal: acreditam que com a cirurgia plástica, vão obter prestígio, admiração e status social na sociedade. (Muita atenção para isso!)

Com tanta expectativa de uma nova vida “pós plástica”, muitas pacientes acabam se frustrando com o resultado. Detalhe: muitas vezes, a insatisfação não ocorre pelo procedimento cirúrgico em si, mas pela mulher não conquistar tal prestígio, realização profissional ou no relacionamento, como sonhava.

Podemos concluir que um dos fatores desencadeadores a um quadro de depressão após cirurgia plástica é a motivação da paciente em realizar aquele procedimento.

Além disso, existe a possibilidade da baixa autoestima surgir após alguma complicação. Vamos falar melhor sobre isso logo abaixo. Vejamos:

O resultado não alcançado: expectativa alimentada da paciente x erro médico.

Como vimos, são diversos os fatores que motivam uma paciente a realizar uma cirurgia plástica. (E cada um deles devem ser observados com atenção!) No próprio depoimento de uma paciente que luta contra a depressão, ela diz:

“Cirurgia plástica não é só maravilhas como muitas acham.”

“Em um dia um seio está redondo e o outro quadrado, um mais alto ou maior que o outro.”

“Pode acontecer seroma, contratura, rejeição.”

Chegamos a um ponto bem delicado: afinal, uma insatisfação com o resultado da cirurgia plástica pode ser causada por uma expectativa alimentada da própria paciente ou, por um erro médico.

Um caso de grande repercussão, foi da funkeira Valeska Popozuda que sofreu depressão após lipoaspiração. Vamos falar um pouquinho sobre essas diferenças?

Lembra quando tratamos há pouco do quê motiva a paciente a fazer uma cirurgia plástica? Então, quando a mulher submete-se a uma cirurgia ela faz uma imagem inconsciente de como quer ficar no pós-operatório e das mudanças na sua vida pós-cirurgia.

Porém,  ela esquece que o processo pós-operatório é um processo orgânico que naturalmente pode gerar um edema, inchaço, algumas manchas roxas, incisões…

Quando então as pacientes se deparam com esta situação ou após toda a recuperação, se vêem sem o cargo que almejava, sem a melhora no relacionamento como sonhava, entre tantas outras expectativas que elas vislumbravam, entram em choque que parece ser desencadeado por fenômenos físico, psíquicos e biológico que diminuem a quantidade de serotonina e então ocorre a melancolia e até a depressão.

Mas além disso, devemos prestar atenção se a causa desse quadro depressivo foi causado por alguma negligência, imprudência ou imperícia médica! (Ps. Ficou perdida com esses termos, esclareci direitinho nesse texto aqui).

Afinal, existem complicações que são causadas exclusivamente por responsabilidade de um profissional ou do próprio hospital.

É importante você saber que no Direito, dizemos que a obrigação do cirurgião plástico é de resultado, onde o resultado faz (SIM!) parte da proposta do tratamento oferecido.

Em caso de erros médicos, a paciente deve procurar um advogado especializado em erro médico, que analisará seus documentos, o caso em particular e orientará sobre os seus direitos e próximos passos  a fim de  ajuizar a ação contra o médico e/ou contra outras partes envolvidas, tais como o Distrito Federal, Estado ou União, quando o tratamento tiver sido realizado através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Independente da causa da depressão, quando a situação foge do seu controle e do seu cirurgião, o ideal é procurar ajuda. Um psiquiatra pode ajudar bastante com terapia ou com medicação se for preciso!

Se esse texto foi útil para você, não deixe de escrever o seu comentário e ainda, encaminhar para outras mulheres que sofrem de depressão após cirurgia plástica.

Conte comigo!
Abraços,

Advogada Rita Soares
Em defesa da saúde e autoestima do paciente
contato@ritasoares.adv.br


Imagem destaque:
Pintora Digital Ivana Besevic

Advogada Rita Soares

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